sábado, 10 de dezembro de 2016

PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS


Os 7 passos do perdãoNo Antigo Testamento, palavras como: “ deixar-partir-divorciar-soltar-remir-perdoar-cancelar-não levar em conta “ receberam como tradução para o grego palavras como “ aphiemi – aphesis – paresis” que são usadas no Novo Testamento para falar de Perdão.

Isso significa que para falar de perdão no NT, foram utilizados termos com os significados acima descritos. Podemos concluir que perdoar traz o sentido de “Soltar/ Cancelar/ entre outros....”

O povo de Israel, aprendeu o conceito do perdão divino através dos rituais e sacrifícios, por isso os termos associados a perdão estão quase todos na Lei.
Daí a razão de alguns termos presentes nos rituais do AT, serem até hoje associados à perdão como por exemplo: Lavar – Purificar - Cobrir

No entanto os sacrifícios não eram suficientes para inocentar ou justificar o pecador.
Por isso o pecado era castigado, e o pecador não era tido como inocente.
Hebreus 9 e 10 - Salmo 99.8 - Ex 34.7

Deus vem na direção do homem para remi-lo, e por meio de Cristo perdoa e justifica todo aquele que crê.
Em Cristo temos a remissão dos pecados: Cl 1.13,14 , Ef 1.7 , Hb 10.10-12
É o cancelamento da dívida (Cl 2.13-14)
É o esquecimento do pecado (jamais me lembrarei) Hb 8.12 e Hb 10.17,18
Esta era a mensagem que os apóstolos tinham que anunciar:
Em Cristo há perdão: Lc 24.47 – Atos 10.42-43 - Atos 13.38 (REMISSÃO)

E assim como Cristo nos perdoou, nos redimiu, cancelou a nossa dívida, nós recebemos o mandamento divino “Perdoar como fomos perdoados” “Perdoar como Cristo nos perdoou”
Ef 4.32 / Cl 3.13 /Mc 11.25

Perdoar não é um ato que nos faz merecedores do perdão de Deus, mas uma consequência da nova vida recebida em Cristo Jesus, que nos faz caminhar em amor. E o ato de perdoar se torna um ato natural da gratidão do pecador que foi perdoado.
Jesus de forma clara nos ensinou sobre isso = Mateus 18.23-35 (credor incompassivo) = Parábola que está no contexto do ensino sobre perdão (relacionamentos humanos)
A palavra no grego (basanistai) usada somente aqui (torturadores) = vem da palavra “basanizo” – usada para descrever doenças (Mt 4.24 e 8.6)
Paulo ao tratar do perdão, não usa mais termos relacionados apenas a remissão dos pecados e culpas, mas inclui a “libertação do poder do pecado”
A restauração da comunhão é apresentada por ele na doutrina da justificação. (Romanos)
É a reconciliação do homem com Deus por meio de Cristo Jesus – Rm 5 - 2 Co 5.18.21

Mas porque temos tanta dificuldade em perdoar?

No Antigo Testamento, a questão do pecado e perdão era algo centrado na Lei.
Se alguém desobedecesse a Lei, pecava, e então deveria cumprir os procedimentos instituídos para remissão do pecado. É tudo muito prático. O pecado é castigado! Os conflitos não são administrados emocionalmente. Há um certo “direito” de se fazer justiça conforme a Lei.
O mundo do Novo Testamento é muito diferente do Antigo Testamento, através das cartas de Paulo podemos perceber uma atenção maior as questões humanas e aos relacionamentos humanos. Por isso tantas recomendações existem nas cartas dos apóstolos acerca dos relacionamento.
Hoje, somos mais emotivos, as questões da alma e dos sentimentos são muito mais intensas.
Nos “magoamos” muito mais, ficamos “ressentidos” por muito mais tempo, e valorizamos o emocional nos conflitos humanos.
Por isso o perdão é visto muito mais pelo lado emocional do que pelo lado prático da razão e do entendimento de que é uma resposta ao fato de termos sido perdoados. “se não sinto, não perdoo

Em Cristo está nossa razão para perdoar!
PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS, E O NOSSO PECADO É INFINITAMENTE MAIOR DO QUE QUALQUER PECADO QUE ALGUÉM COMETA CONTRA NÓS.
PERDOAMOS PORQUE CRISTO NOS PERDOOU.


ALGUMAS “JUSTIFICATIVAS” PARA NÃO SE PERDOAR:
  • O perdão parece um “benefício” ou um “favor” ao outro.
  • Não perdoar, parece ser uma “proteção” contra novas ofensas
  • Se perdoar, terei que conviver com a pessoa da mesma maneira, e tudo terá que ser como se nada tivesse acontecido.
  • Se perdoar estarei recompensando um erro.
  • Não perdoar, é uma punição, pois a pessoa precisa sofrer.
  • Não “sinto” vontade de perdoar, pois estou sentindo raiva e mágoa

PARA PENSAR:

-Os sentimentos nunca devem guiar nossa iniciativa em perdoar, “nunca sentiremos” vontade de perdoar quando estamos com raiva ou magoados.

-A disposição em perdoar deve vir da certeza de que perdoar é um mandamento divino, e que deve ser feito porque Jesus nos perdoou primeiro.

-Precisamos olhar para nós, nos observar e refletir sobre nossa postura.

-Temos dificuldade em controlar ou administrar sentimentos, mas temos poder sobre os nossos pensamentos. E é justamente através dos nossos pensamentos que vamos trabalhar os nossos sentimentos. Afetamos os sentimentos através dos pensamentos!

-Saber que perdoar, não significa agir como se nada tivesse acontecido. Talvez será preciso viver um novo caminho.

-Saber que relacionamentos se constroem, e relacionamentos quebrados, levarão tempo para se reconstruir.


CONSELHOS BÍBLICOS PARA NOS AJUDAR A REFLETIR ANTES E DEPOIS DE PERDOAR.

-TRATAR DIRETAMENTE COM O OFENSOR = Pv 3.30; 25.9

-SABEDORIA NO MODO DE FALAR = Pv 15.1,2,4,23,28

-DESCRIÇÃO – SE CALAR = Pv 11.13; 17.9

-TER PACIÊNCIA = Pv 18.19

-NÃO BUSCAR VINGANÇA – Pv 20.22; 24.29; 25.21,22; Rm 12.17,19

-GESTOS AGRADÁVEIS = Pv 21.14

-SE POSSÍVEL, TENDE PAZ = Rm 12.18

-EVITAR OU SE AFASTAR DAQUELES QUE MANTEM A CONTENDA, NÃO PERDOAM OU PERSISTEM NO CAMINHO DA MALDADE
Mt 18.15.17
II Ts 3.6
II Tm 3.1-5
Tito 3.10,11


Rosiléia Dias Araujo
Escola Dominical- 2018

sábado, 19 de novembro de 2016

AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS E AS REPREENSÕES DO MESTRE

Textos Bíblicos = LUCAS 9 e 10 e MARCOS 9

Jesus passou algum tempo ensinando os discípulos e os preparando para a missão de proclamar o Reino de Deus ao mundo. Ao estudarmos o relacionamento dos discípulos com o Mestre, suas ações e reações, aprendemos muitas coisas importantes para nossa vida cristã. Afinal não somos muito diferentes daqueles 12 homens, e podemos cometer os mesmos erros ou acertos! Nesse estudo, vamos ver 7 limitações dos discípulos e as repreensões do Mestre em cada uma dessas situações.
Parece que Lucas e Marcos juntaram alguns momentos, o que resultou nos "capítulos das reprimendas" de Jesus, foram sete “puxões de orelha”, será que nos “enquadramos” em alguns deles?


1-Lucas 9.37.43 (Marcos 9.14-29 e Mateus 17.14-20) = Limitação da fé

Os discípulos estavam discutindo com o religiosos, essa atitude já mostrava a falta de fé, pois quem tem fé em Jesus, e confia em suas promessas, não precisa discutir ou tentar provar algo pra alguém. Como os discípulos não puderam expulsar o demônio do rapaz, talvez estivessem sendo questionados pelos religiosos. A multidão certamente não estava em silêncio, sabemos que uma situação dessa provoca muito falatório e “achismos”, o que também deve ter provocado inquietação nos discípulos.

(obs.: casta = tipo/espécie)

A REPREENSÃO DO MESTRE: Geração incrédula!! É preciso oração!!



2-Lucas 9.43-45 ( Marcos 9. 30-32 ) Lucas 18.34 = Limitação do discernimento

A multidão ficava maravilhada com Jesus, por isso desejavam torna-lo rei (João 6.15), e presenciar aqueles milagres causava grande alvoroço, os discípulos não podiam ser seduzidos por essa ideia, embora também era o que esperavam, pois mesmo depois da ressurreição, ainda esperavam que Jesus restaurasse o reino à Israel (Atos 1.6).
Por isso era preciso repetir várias vezes as palavras acerca de seu sofrimento e morte, ainda que não compreendessem, primeiro para evitar que eles alimentassem em suas mentes a ideia de Jesus restabelecer o reino à Israel, segundo para que quando se cumprisse, eles pudessem crer nas profecias e nas palavras de Cristo, e assim não terem nenhuma dúvida de que realmente Jesus era o Messias que havia de vir.

(obs.: a palavra “encoberto” (velado) só aparece aqui no texto original)

A FALTA DE COMPREENSÃO DOS DISCÍPULOS”
Os discípulos nem ao menos entendiam o que era ressurreição dos mortos (Marcos 9.9-10), Pedro chegou a repreender Jesus quando ele disse que seria morto (Mateus 16.21-22).
Jesus falou muitas coisas aos discípulos por meio de comparações e figuras (João 16.25), e ainda tinha muito a dizer, mas eles não tinham como suportar (João 16.12) “era demais para o entendimento deles”
Mas quando Jesus ressuscitou, “abriu” o entendimento dos discípulos para compreenderem (Lucas 24.45), João diz que depois de Cristo ter sido glorificado, eles compreenderam.(João 12.16)
Importante ressaltar que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, não pode entende-las, pois elas se discernem espiritualmente. (II Co 2.14)


REPREENSÃO DO MESTRE: FIXAR O OUVIDO EM SUAS PALAVRAS.

3-Lucas 9.46-48 ( Marcos 9.33.37)= Limitação de humildade
Surge uma discussão entre os discípulos: quem seria o maior?
Quem deles poderia assumir a liderança se Jesus realmente fosse morto?
Jesus toma uma criança, (considerada impura e sem valor) para ensinar quem seria o maior!
Uma verdadeira lição de humildade!

REPREENSÃO DO MESTRE: O menor é que será o maior

4-Lucas 9.49-50 (Marcos 9.38.41) = Limitação de tolerância
Os discípulos foram arrogantes ao proibir alguém de expulsar demônios em nome de Jesus. Com que autoridade poderiam fazer tal coisa???
O critério usado por eles era: “Não anda conosco”, e assim, por não fazer parte do “grupo especial” não poderia ter tal autoridade!
A atitude de João, se parece com a atitude do jovem que procurou Moisés para “contar” sobre dois homens que profetizavam no arraial. (Números 11) e foi advertido por Moisés.
O que inquietava João? O fato do homem expulsar demônios ou não andar com eles??

REPREENSÃO DO MESTRE: Não proibir! Quem não é contra nós é por nós!


5-Lucas 9. 51-56 = Limitação do amor
Os discípulos foram mais uma vez arrogantes e prepotentes, ao ponto de desejar a morte dos samaritanos. Queriam mandar descer fogo do céu para consumi-los.
Tiago e João foram mais ousados ainda do que João, queriam um “castigo celestial e mortal” para os samaritanos, e ainda se dispunham a ser os intermediários (quer que mandemos ), será por isso que foram chamados por Jesus de “filhos do trovão”??
Que espírito os movia para ter tal ideia? Espírito de morte, totalmente contrário ao espírito do Senhor! “Eu vim para salva-las”, esse é o espírito de amor.
João teve a oportunidade de pedir “fogo do céu” sobre os samaritanos! Mas dessa vez, era o fogo do Espírito Santo! Sim, ele e Pedro foram à Samaria orar pelos que se converteram à Cristo! (Atos 8.14-17)

REPREENSÃO DO MESTRE: Não sabeis de que espírito sois!

6-Lucas 9. 62 = Limitação da persistência
Diante das desculpas dos “candidatos a seguidores” do Mestre, Jesus afirma que, quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o reino!
Quem vai trabalhar na terra para semear, ao conduzir o arado não pode olhar pra trás, pois se o fizer, deixará o caminho totalmente torto. Seguir a Jesus é determinação de mudança de vida e seguir em frente!

REPREENSÃO DO MESTRE: Quem olha pra trás não está apto para o reino

7-Lucas 10.17-20 = Limitação em entender o que realmente é importante
Os discípulos estavam extasiados de tanta alegria, ao verem que tinham poder sobre os demônios. Mas esta alegria precisa existir pelo que realmente é importante: Estar com seu nome nos céus. = Salvação!
Não podemos jamais perder a alegria da salvação, pois permanecendo firmes na graça de Deus, a salvação é a única coisa que ninguém pode tirar de nós.
Quando Davi pecou, viveu um tempo de grande tristeza, seu medo era perder a presença de Deus, e em sua oração dizia: Restitui-me a ALEGRIA da salvação, (Salmo 51.12) Essa alegria ninguém pode tirar de nós, se a perdermos nada fará sentido!
Obs.: arrolados = escritos

REPREENSÃO DO MESTRE: Se alegrem, não pela autoridade espiritual, mas porque estão com os nomes nos céus.


CONCLUSÃO:
Essas sete repreensões do Mestre devem chamar a nossa atenção para:
1- Necessidade absoluta da ORAÇÃO, pois é um vida de oração que nos dará visão e entendimento espiritual. Somos seres espirituais e há um mundo espiritual a nossa volta, e é a oração que nos capacitará a ter entendimento espiritual.
2-Necessidade de atentar e focar nas palavras de Jesus!
Se atentarmos para os nossos desejos ou aquilo que nos aflige, perdemos o foco do Mestre. Ao olharmos para as situações a nossa volta, tendemos a nos esquecer do que realmente é importante, e da realidade espiritual que vivemos.
3-Necessidade da humildade! Nada pode nos fazer achar que somos melhores ou maiores do que alguém! Quem quer ser o maior, seja este o que serve (João 13)
4-Necessidade de aceitar o “outro”, que não precisa “andar conosco”, ou ser como somos, ou fazer o que fazemos e como fazemos, pra ser reconhecido como instrumento nas mãos de Deus
5-Necessidade do amor que enxerga VIDA sempre! Amor que faz valorizar a vida acima de qualquer diferença.
6-Necessidade de determinação em seguir firme e em frente na decisão de Seguir a Jesus!
7-Necessidade de entender o que realmente é o mais importante: SALVAÇÃO!! Não são os sinais, os dons, ou qualquer outra coisa que devem ser o motivo principal de nossa alegria, mas o fato de sermos salvos, termos o nosso nome no céu!!


Estamos precisando de algumas dessas repreensões?



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

SUPORTAI !

Gálatas 6.1-5

Como você lida com os defeitos e falhas dos outros?  Paciência tem limite? Melhor ficar longe??

O texto bíblico de Gálatas 6.2, sempre me fez pensar em ajudar o próximo nas suas dificuldades, mas compreender melhor o significado da palavra "cargas",  me fez ver o texto de forma totalmente diferente, e muito desafiadora!

A palavra usada por Paulo aqui traduzida por cargas é a palavra grega: "baros" ou "barê" (um peso, no sentido de algo que coloca pra baixo, como uma falha, um desvio)

Ao analisar o contexto, vemos que Paulo está falando sobre o nosso procedimento para com aqueles que caem no erro, que falham.  A orientação no versículo 1 é para corrigir com espírito de brandura   (corrigir = "katartizo" = restaurar/reparar)      /     (brandura = "praiotes" = delicadeza)

Paulo diz: voces que são espirituais, quando virem um irmão que caiu no erro ( "paraptóma" = passo em falso, transgressão ou uma atitude errada que pode ser inconsciente), busquem a sua restauração, e o façam com delicadeza, suportem as cargas (peso no sentido de faltas, desvios), pois se voces se julgam ser alguma coisa, não sendo nada, estão se enganando. Provem cada um o seu próprio labor (atos, ações, trabalhos),  pois cada um levará o seu próprio fardo (trabalho pessoal e não transferível, palavra grega: " phortion" = diminutivo de "phortos" que significa "uma fatura, o frete de um navio")

Portanto, observando o contexto, interpreto da seguinte forma:

Se voces que são cristãos experientes, amadurecidos e se julgam espirituais virem algum irmão que caiu no erro, falhou, transgrediu, com ou sem intenção, busquem a sua restauração, e o façam com delicadeza e descrição, sem alardes, sem julgamentos e condenações.  Suportem as falhas, os pesos, uns dos outros ( isso é recíproco), pois se assim fizerem estão cumprindo a Lei de Cristo que é AMAR ao próximo como a ti mesmo (Gálatas 5.14)
Pois se voces ficarem se julgando ser alguma coisa ou  se julgando superiores aos outros,  não sendo nada, estão se enganando. Que cada um prove as suas próprias ações, se é merecedor de honra, e não fiquem se gloriando nas faltas alheias, pois cada um tem o seu próprio fardo,  cada um tem sua própria fatura pra apresentar quando chegar ao destino final.

Como você quer que os outros lidem com os seus defeitos??  Paciência tem limite?



Rosiléia Flausino Dias Araujo
Agosto/2016












ENSINO SOBRE A EXORTAÇÃO

A palavra exortar significa: animar; incitar; encorajar.
O termo grego é "noutheteo" e "nouthesia" (advertir, aconselhar, admoestação, instrução)
As as palavras gregas tem origem nos termos "nous" (mente) e "tithemi" (colocar), assim a exortação é a tarefa de "colocar na mente" de uma pessoa oque é certo, ou oque deve ser feito, oque chamamos de "aconselhar, instruir ou advertir".
Outra palavra grega traduzida na Bíblia por exortar é "parakaleo" ou "paraklesis" (encorajar, exortar, confortar, consolar) Essas duas palavras nos lembram o termo "parakletos" que é o termo usado por Jesus quando se refere ao Espírito Santo em João 14.26, traduzido por "consolador", mas que possui o significado no grego de "advogado".
Exortação não é uma "bronca" ou uma "repreensão severa", pois a Bíblia tem outro termo para isso, quando a Bíblia fala de repreensão ou correção severa, usa o termo grego "elencho" (trazer à luz) e que é traduzido por admoestar ou repreender.

Vejamos alguns exemplos desta diferença:

Exortação (admoestação para encorajamento, instrução ou advertência)
At 15.32; I Ts 2.3-12; I Ts 3.1-3; I Ts 5.12

Admoestação como repreensão severa:
I Tm 5.20; II Tm 4.2; Tt 1.9-13    (Obs.:  orientações para líderes: Timóteo e Tito)

No texto de Mateus 18.15-17, a palavra para repreensão é o termo grego "elencho", e deve ser entendida no seu sentido original: "trazer à luz", lembrando que esse texto está inserido num contexto de ensino sobre perdão e resgate do que está no pecado.

Não é nosso dever condenar, mas sim buscar sempre a restauração do que pecou. (Mt 18.1-35)

Rosiléia Flausino Dias Araujo
Agosto/2016

sexta-feira, 11 de março de 2016

A CRUZ

- A cruz foi utilizada por muitos povos como um instrumento de tortura e morte. Era formada geralmente por duas partes de madeira atravessadas uma sobre a outra, e nelas se pregavam criminosos. Na época de Jesus o império romano já a utilizava para crucificar condenados à morte. Talvez por isso, tenha adquirido a simbologia de sofrimento, angustia e dor, embora existam ainda muitas dúvidas quanto a sua origem mais primitiva.

-No primeiro século, haviam algumas formas diferentes de cruz. Existia a cruz de Santo Antonio na forma da letra T,  a cruz de Santo André na forma de X, e existia a cruz latina, na forma como conhecemos. O fato de haver uma inscrição acima de Jesus na cruz (Mc 15.26), indica que ele foi crucificado na cruz latina. 
-Anos após a crucificação de Cristo, a cruz tornou-se um símbolo do cristianismo, sendo utilizada para se referir ao que Cristo fez por nós  (1 Co l.17-18; Ef 2.16; Cl 2.14; Hb 12.2)

-Muitos usam a cruz como amuleto de proteção dando a ela significados supersticiosos e por isso muitos cristãos preferem não usa-la. Porém o fato de muitos usarem a cruz desta forma não significa de devemos rejeita-la.  Não a idolatramos e nem damos nenhum poder a ela, pois não foi a cruz que nos salvou e sim Aquele que morreu na cruz: Jesus! 

-A Igreja protestante ou evangélica ao usar uma cruz em suas comunidades, a usa vazia, para  lembrarmos de que Jesus não está mais numa cruz, mas ressuscitou e vive para sempre!

-Da mesma forma, o cristão que usa uma cruz vazia como uma joia, por exemplo, não deve faze-lo com intenção de obter proteção ou algum outro significado supersticioso, mas consciente de que é apenas um objeto que nos lembra da vitória de Cristo sobre a morte.

A Cruz já fora símbolo de maldição, mas agora, para nós cristãos, a cruz vazia é símbolo de vitória, de ressurreição, e  por isso nos gloriamos na cruz.

"Mas longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo..."  Gl 6.14a

               Não foi a cruz que nos salvou, mas Aquele de morreu na cruz:  Jesus !


-A Igreja Metodista tem como símbolo a cruz com a chama ao lado.
Cruz e Chama: Este símbolo foi criado nos Estados Unidos em 1968, ano do nascimento da Igreja Metodista Unida ( união entre a Igreja Metodista e a Igreja Evangélica dos Irmãos Unidos ). Nesse ano, um Concílio da nova Igreja (a Metodista Unida) nomeou uma equipe liderada por Edward J. Mikula para criar uma marca "oficial" para a nova denominação que surgiu a partir da fusão. Na equipe de Mikula, trabalhava Edwin H. Maynard, que pesquisou os aspectos simbólicos da marca "oficial". Tanto Mikula quanto Maynard decidiram que qualquer símbolo que fosse criado deveria carregar alguma expressão de calor como aquela que John Wesley sentiu em seu coração, na Rua Aldersgate, na Inglaterra, quando da sua experiência religiosa, em 24 de maio de 1738.
Por isso é que a equipe liderada por Mikula assumiu o emblema que contém a cruz vazia, lembrando o Cristo ressurreto, e a chama, lembrando aquele calor estranho no coração de Wesley, naquela noite de primavera, na Inglaterra do século 18. Além disso, o simbolismo do emblema nos relaciona com Deus, o Pai, através da segunda e terceira pessoas da Trindade: Cristo (cruz) e o Espírito Santo (chama).
- See more at: http://www.metodista.org.br/cruz-e-chama#sthash.CyCxwJ4O.dpuf



Rosiléia Flausino Dias Araujo
Março-2016



quinta-feira, 3 de março de 2016

SAUDAÇÃO COM A PAZ DO SENHOR

SAUDAR é cumprimentar as pessoas.

É prática comum dos cristãos, saudarem uns aos outros com a "paz do Senhor".

No Novo Testamento, é muito comum os autores iniciarem e terminarem suas cartas desejando que os cristãos recebam a graça e a paz do Senhor.

Veja os seguintes textos:
Rm 1.7 = ...graça a vós outros e paz...
Rm 16.24 = ...a graça de Cristo seja com todos vós...
1 Co 1.3 = ...graça a vós outros e paz...
1 Co 16.23 =  a graça de Jesus seja convosco
Ef 1.2 = ...graça e paz....
Ef 6.23 = paz...e amor com fé...
1 Pd 1.2  =  graça e paz....
3 Jo 15 =  ...a paz seja contigo
Jd 2...misericórdia, paz e amor...

Somos também orientados pela Palavra de Deus a saudarmos uns aos outros:
Fp 4.21= Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus...
Hb 13.24 = Saudai todos os santos...

Jesus orientou seus discípulos à "desejar a paz" nas casas que entrassem ( Lc 10.5,6)

PAZ (grego = EIRENE = paz, prosperidade, sossego, descanso...) = Novo Testamento
        (hebraico = SHALOM  = paz = saúde, bem estar, seguro, feliz.....)  =  Antigo Testamento


ÓSCULO SANTO

A saudação com  ósculo santo  significa  um cumprimento com um beijo (ósculo) no rosto.
No mundo antigo era comum o beijo no rosto como forma de saudação.   (1 Co 16.20 e 1 Ts 5.26)

Em nossos dias, mesmo não sendo muito comum a saudação com um beijo no rosto (ao menos entre homens), alguns saúdam desta forma.
Não há nenhum problema em tal atitude, como também ninguém deve ser constrangido a esta prática, se não estiver acostumado.

O princípio a ser seguido é a prática da saudação desejando a paz de Cristo Jesus,  já a forma é cultural. Assim como o beijo já foi prática entre as pessoas, independentemente da fé, em tempos passados, a prática do abraço, aperto de mão e também do beijo (mais comum entre mulheres) faz parte de nossa época e cultura.  

Existiram outras práticas de saudação e boas vindas em tempos passados, como lavar os pés do visitante ( Lc 7.44 ; Gn 18.4; 24.32; 43.24),  mas que não fazem mais parte de nossas práticas de recepção, muito menos como prática religiosa.

Saudemos uns aos outros com a paz, a graça e o amor de Cristo Jesus, sem constrangimentos e sem juízos condenatórios por causa de formas culturais de cumprimento!

GRAÇA E PAZ VOS SEJAM MULTIPLICADAS!   AMOR COM FÉ!!!


Rosiléia Flausino Dias Araujo
Evangelista
Verão-2016      



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

PECADO ETERNO - BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Jesus afirmou em Marcos 3.29 que todo aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas é réu de pecado eterno.
A palavra "blasfêmia" significa: caluniar, difamar, insultar a divindade, falar mal.
Segundo o texto bíblico, o pecado da blasfêmia pode ser perdoado até mesmo se dirigido ao Filho (Mt 12.32), mas se dirigido ao Espírito Santo não será perdoado.

Jesus estava falando com os fariseus, que mesmo diante de tantos sinais, escolheram manter seus corações endurecidos para não crer em Jesus como o filho de Deus, em outros textos Jesus também testifica acerca da dureza de coração dos fariseus (pertencentes ao povo judeu).
Estes além de não crerem, declaram que aqueles sinais eram feitos por Belzebu "senhor das moscas"

Jesus voltou para o Pai, mas enviou o Espírito Santo para estar com a Igreja, estamos sob a missão do Espírito Santo, missão esta de "convencer" a respeito do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8-11) = "convencer do pecado, porque não creem..."

A graça de Deus vai ao encontro do ser humano ainda descrente, e o atrai para o Evangelho, o Espírito Santo opera com a missão de "convencer" o ser humano de sua incredulidade, no entanto todo aquele que mesmo diante do agir do Espírito Santo escolhe manter-se na incredulidade e dureza de coração contra Deus, continua réu de pecado eterno.

Em João 3.18, lemos que todo aquele que não crê em Jesus, já está julgado, já existe uma condenação, herança do pecado  que passou a toda a humanidade = (Rm 5.18 - o juízo veio sobre todos para condenação) 
Mas, Jesus Cristo veio para salvar a humanidade e não condena-la (Jo 3.17) e assim, todo aquele que crê em Jesus está salvo e livre desta condenação (Rm 8.1)
Em João 5.24 lemos que todo aquele que crê, não entra em juízo.

Quem nos convence desta verdade é o Espírito Santo, e rejeitar esta verdade mantendo-se na incredulidade, é manter-se debaixo desta condenação, sendo portanto réu de pecado eterno.

Podemos acrescentar ainda, que todo aquele que tendo iluminado o seu entendimento, sendo convencido acerca da verdade do Evangelho, se tornado participante do Espirito Santo, mas abandona a fé escolhendo rebelar-se contra Deus, também permanecerá nesta incredulidade, não tendo mais a operação do Espírito Santo para renova-lo afim de que se arrependa. (Hb 6.4-6)

Concluímos portanto que este pecado eterno associado a blasfêmia contra o Espírito Santo, tem relação com a incredulidade e dureza de coração deliberada de alguém que mesmo tendo o agir do Espírito Santo em sua vida para convence-lo do pecado, rejeita, nega e declara sua incredulidade, se opondo ao Espírito Santo e a sua missão de convencer.

A fala de Jesus, não está centrada apenas na afirmação dos fariseus em chama-lo de Belzebu, mas no que levou os fariseus a fazerem tão afirmação, a incredulidade e dureza de coração deles.  É sempre bom lembrar que Jesus sempre levava em conta a intenção do coração e o que estava por trás das palavras que lhe eram ditas.

Rosiléia Flausino Dias Araujo
Evangelista
2016