sábado, 10 de dezembro de 2016

PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS


Os 7 passos do perdãoNo Antigo Testamento, palavras como: “ deixar-partir-divorciar-soltar-remir-perdoar-cancelar-não levar em conta “ receberam como tradução para o grego palavras como “ aphiemi – aphesis – paresis” que são usadas no Novo Testamento para falar de Perdão.

Isso significa que para falar de perdão no NT, foram utilizados termos com os significados acima descritos. Podemos concluir que perdoar traz o sentido de “Soltar/ Cancelar/ entre outros....”

O povo de Israel, aprendeu o conceito do perdão divino através dos rituais e sacrifícios, por isso os termos associados a perdão estão quase todos na Lei.
Daí a razão de alguns termos presentes nos rituais do AT, serem até hoje associados à perdão como por exemplo: Lavar – Purificar - Cobrir

No entanto os sacrifícios não eram suficientes para inocentar ou justificar o pecador.
Por isso o pecado era castigado, e o pecador não era tido como inocente.
Hebreus 9 e 10 - Salmo 99.8 - Ex 34.7

Deus vem na direção do homem para remi-lo, e por meio de Cristo perdoa e justifica todo aquele que crê.
Em Cristo temos a remissão dos pecados: Cl 1.13,14 , Ef 1.7 , Hb 10.10-12
É o cancelamento da dívida (Cl 2.13-14)
É o esquecimento do pecado (jamais me lembrarei) Hb 8.12 e Hb 10.17,18
Esta era a mensagem que os apóstolos tinham que anunciar:
Em Cristo há perdão: Lc 24.47 – Atos 10.42-43 - Atos 13.38 (REMISSÃO)

E assim como Cristo nos perdoou, nos redimiu, cancelou a nossa dívida, nós recebemos o mandamento divino “Perdoar como fomos perdoados” “Perdoar como Cristo nos perdoou”
Ef 4.32 / Cl 3.13 /Mc 11.25

Perdoar não é um ato que nos faz merecedores do perdão de Deus, mas uma consequência da nova vida recebida em Cristo Jesus, que nos faz caminhar em amor. E o ato de perdoar se torna um ato natural da gratidão do pecador que foi perdoado.
Jesus de forma clara nos ensinou sobre isso = Mateus 18.23-35 (credor incompassivo) = Parábola que está no contexto do ensino sobre perdão (relacionamentos humanos)
A palavra no grego (basanistai) usada somente aqui (torturadores) = vem da palavra “basanizo” – usada para descrever doenças (Mt 4.24 e 8.6)
Paulo ao tratar do perdão, não usa mais termos relacionados apenas a remissão dos pecados e culpas, mas inclui a “libertação do poder do pecado”
A restauração da comunhão é apresentada por ele na doutrina da justificação. (Romanos)
É a reconciliação do homem com Deus por meio de Cristo Jesus – Rm 5 - 2 Co 5.18.21

Mas porque temos tanta dificuldade em perdoar?

No Antigo Testamento, a questão do pecado e perdão era algo centrado na Lei.
Se alguém desobedecesse a Lei, pecava, e então deveria cumprir os procedimentos instituídos para remissão do pecado. É tudo muito prático. O pecado é castigado! Os conflitos não são administrados emocionalmente. Há um certo “direito” de se fazer justiça conforme a Lei.
O mundo do Novo Testamento é muito diferente do Antigo Testamento, através das cartas de Paulo podemos perceber uma atenção maior as questões humanas e aos relacionamentos humanos. Por isso tantas recomendações existem nas cartas dos apóstolos acerca dos relacionamento.
Hoje, somos mais emotivos, as questões da alma e dos sentimentos são muito mais intensas.
Nos “magoamos” muito mais, ficamos “ressentidos” por muito mais tempo, e valorizamos o emocional nos conflitos humanos.
Por isso o perdão é visto muito mais pelo lado emocional do que pelo lado prático da razão e do entendimento de que é uma resposta ao fato de termos sido perdoados. “se não sinto, não perdoo

Em Cristo está nossa razão para perdoar!
PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS, E O NOSSO PECADO É INFINITAMENTE MAIOR DO QUE QUALQUER PECADO QUE ALGUÉM COMETA CONTRA NÓS.
PERDOAMOS PORQUE CRISTO NOS PERDOOU.


ALGUMAS “JUSTIFICATIVAS” PARA NÃO SE PERDOAR:
  • O perdão parece um “benefício” ou um “favor” ao outro.
  • Não perdoar, parece ser uma “proteção” contra novas ofensas
  • Se perdoar, terei que conviver com a pessoa da mesma maneira, e tudo terá que ser como se nada tivesse acontecido.
  • Se perdoar estarei recompensando um erro.
  • Não perdoar, é uma punição, pois a pessoa precisa sofrer.
  • Não “sinto” vontade de perdoar, pois estou sentindo raiva e mágoa

PARA PENSAR:

-Os sentimentos nunca devem guiar nossa iniciativa em perdoar, “nunca sentiremos” vontade de perdoar quando estamos com raiva ou magoados.

-A disposição em perdoar deve vir da certeza de que perdoar é um mandamento divino, e que deve ser feito porque Jesus nos perdoou primeiro.

-Precisamos olhar para nós, nos observar e refletir sobre nossa postura.

-Temos dificuldade em controlar ou administrar sentimentos, mas temos poder sobre os nossos pensamentos. E é justamente através dos nossos pensamentos que vamos trabalhar os nossos sentimentos. Afetamos os sentimentos através dos pensamentos!

-Saber que perdoar, não significa agir como se nada tivesse acontecido. Talvez será preciso viver um novo caminho.

-Saber que relacionamentos se constroem, e relacionamentos quebrados, levarão tempo para se reconstruir.


CONSELHOS BÍBLICOS PARA NOS AJUDAR A REFLETIR ANTES E DEPOIS DE PERDOAR.

-TRATAR DIRETAMENTE COM O OFENSOR = Pv 3.30; 25.9

-SABEDORIA NO MODO DE FALAR = Pv 15.1,2,4,23,28

-DESCRIÇÃO – SE CALAR = Pv 11.13; 17.9

-TER PACIÊNCIA = Pv 18.19

-NÃO BUSCAR VINGANÇA – Pv 20.22; 24.29; 25.21,22; Rm 12.17,19

-GESTOS AGRADÁVEIS = Pv 21.14

-SE POSSÍVEL, TENDE PAZ = Rm 12.18

-EVITAR OU SE AFASTAR DAQUELES QUE MANTEM A CONTENDA, NÃO PERDOAM OU PERSISTEM NO CAMINHO DA MALDADE
Mt 18.15.17
II Ts 3.6
II Tm 3.1-5
Tito 3.10,11


Rosiléia Dias Araujo
Escola Dominical- 2018

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