A BÍBLIA E O DISCIPULADO
1)Antigo Testamento
Vejamos
o que encontramos no livro de Êxodo 18.17-27:
Encontramos
aqui alguns aspectos do discipulado. O texto não fala do desenvolvimento de um
método de discipulado, mas apresenta alguns aspectos de relacionamento e
vivência presentes no discipulado. Moisés escolhe líderes passa a conviver com
eles, instruí-os, orienta-os, supervisiona-os, delega-lhes certas atribuições e
dá poderes.
Em
Salmo 78.1-8, temos a grande
preocupação educativa em relação às gerações mais antigas para com as novas
gerações. O texto reflete a mesma preocupação de Deuteronômio 6: a
responsabilidade da família (pais) na passagem dos valores, dos atos históricos
expressos por Deus junto da história a Comunidade da Fé, nas celebrações dos atos
e momentos marcantes e significativos na história do povo de Israel.
No
contexto do Antigo Testamento o discipulado é visto não apenas como
transmissão de conhecimento, valores, aspectos culturais e religiosos, mas
acima de tudo, como a transmissão da vivência.
(Cartilha do discipulado – Colégio Episcopal – Igreja Metodista)
2) Novo Testamento
- DISCIPULADO EM JESUS
“Fazer
discípulo” foi o princípio básico usado por Jesus em seu ministério. Após
retirar-se e orar, chamou os discípulos para a obra. No decorrer do seu
ministério conviveu com eles, educou-os, compartilhou, deu-lhes atribuições e
responsabilidades, delegou-lhes atribuições, supervisionou-os e lhes deu
autoridade de “fazerem discípulos”, continuando assim a sua obra.
Jesus
escolheu homens comuns, imperfeitos, carentes temperamentais,[..]Eram homens e
mulheres que reconheciam suas realidades e carências, mas que estavam prontos a
confessá-las e a confiar na Graça de Deus para sustentá-los. Muitos foram seus
discípulos, todavia 12 foram destacados para convivência e um trabalho
especial. [...]foi “um
pequeno grupo”, ... suficiente
para permiti-lhe conviver o máximo possível com eles, instruí-los,
acompanhá-los, ajudá-los, dar-lhes atribuições e supervisioná-los.
Em
Mateus 28.18-20, texto citado também por Marcos, Lucas e Atos, Jesus enviou os discípulos
para o cumprimento da Missão, diz-lhes: “Ide, portanto, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os, em nome do Pai, Filho e Espírito Santo,
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até a consumação do século”.
Jesus
é bem objetivo aqui. Ele comissionou os discípulos para a Missão. O princípio
básico para o seu desenvolvimento é IR e FAZER DISCÍPULOS. O IR ou INDO, como alguns afirmam
é um imperativo do Senhor. Isto
significa testemunho, ação, serviço, envolvimento na obra do Senhor, vida
cristã. Somos discípulos que temos o objetivo de fazer novos discípulos,
despertando-os para Cristo, ensinando-os, educando-os, convivendo com eles,
amando-os e suprindo suas necessidades, acompanhando-os, servindo,
testemunhando e vivendo, capacitando-os para a obra, dando-lhes atribuições,
delegando responsabilidade, envolvendo-os no ministério e supervisionando-os.
O relacionamento entre Jesus e os seus discípulos é fundamentado na amizade.
Uma relação entre amigos, vivendo a intimidade... Jo. 15.13-15
Vemos
biblicamente que o chamado ao discipulado é mais que um vínculo entre o mestre e
o discípulo. Acima de tudo é um convite a uma relação que
envolve entrega e renúncia, disposição e disciplina em aprender e compromisso
em ensinar.
(Cartilha do discipulado – Colégio Episcopal – Igreja Metodista)
(Obs.: Discípulo(grego) mathētḗs (da matemática - o " esforço mental necessário para pensar alguma coisa através de") - propriamente, um aprendiz ; um discípulo , um seguidor de Cristo que aprende as doutrinas da Escritura e o estilo de vida de que necessitam;
= Jesus – é o RABI (mestre))
Lendo
Atos dos Apóstolos e as cartas paulinas vemos claramente a continuidade do princípio
do discipulado. Paulo também foi discipulado. Após a sua conversão ele foi educado e preparado para a
obra. Paulo aplicou o princípio do discipulado. Ele fez discípulos,
conviveu com eles, instruiu-os, capacitou-os, deu-lhes responsabilidades, delegou-lhes
atribuições, supervisionou lhes. Exemplos claros que temos no seu ministério:
Timóteo, Tito, Onésimo e tantos outros.
TIMÓTEO – Atos 16.1 – um discípulo da cidade de Listra
(Atos 14), filho de judia crente e de pai grego. Os irmãos davam bom testemunho
dele.
Escreveu
junto com Paulo as cartas:
2
Coríntios (2 Co 1.1); Filipenses (Fp 1.1); Colossenses (Co 1.1);
Tessalonicenses (1 Ts 1.1;2 Ts 1.1); Filemom (Fm 1.1)
Paulo
enviava Timóteo as igrejas para fortalece-las na fé e para ter notícias
-para
as igrejas da Macedônia (Atos 19.22) veja I Co 14.7/ I Co 16.10-11
-Queria
envia-lo para a igreja de Filipos 2 Fp
2.19,
-Enviado
a Tessalônica – 1 Ts 3
Hb
13.23 – Timóteo esteve preso.
Carta de Paulo a Timóteo
1
Tm 1.2 – Paulo o considera filho na fé
1
Tm 1.18 – profecias acerca de Timóteo
Torna-te
padrão – 1 Tm. 4.12 Timóteo é instruído
a ser padrão/modelo a ser seguido
-Enviado
para a igreja de Corinto - 2 Co 8.16-24
Carta
para Tito – Tt 1.4
Torna-te
padrão – Tt 2.7
PARA
PAULO, O OBJETIVO DO DISCIPULADO É:
2 Timóteo 2.1-2: aqui temos bem claro o princípio do
discipulado desenvolvido em Paulo. “O
que de minha parte ouviste... transmite a homens fiéis e também idôneos
para instruir a outros. É um processo
contínuo que não para: o discípulo faz discípulo. Paulo faz de Timóteo o
seu discípulo e Timóteo por sua parte deverá desenvolver o discipulado junto a
outras pessoas, que por sua vez desenvolverão o discipulado junto a outras
pessoas e assim sucessivamente.
2 Tm 3.10,11,14 : o discípulo recebendo ensino, convivendo com
o mestre e outros discípulos, vivendo momentos comuns, permanecendo naquilo que tem recebido.
1 Tes 1.6-9: recebendo a Palavra, sendo imitador, tornando-se modelo, testemunhando pela Palavra e
vida, em toda a parte. É uma contribuição do ministério do mestre ou
discipulador.
I Tes 2.13-16: acolhendo a Palavra que pelo poder de Deus opera eficazmente
neles, levando-os a testemunharem e viverem a fé.
APERFEIÇOAMENTO – CRESCIMENTO – OBRA
COMPLETADA
-Nascemos e somos como crianças.
2 Pedro 2.2 – desejai o leite espiritual, como
re cém-nascidos
Hebreus 5.11-14 – quem se alimenta de leite é
inexperiente na palavra, os adultos são os que adquirem experiência por conta
da prática, e necessitam de alimento sólido – ensinos mais profundos (mais
difíceis de explicar)
1 Corintios 3.1-4 – crianças em Cristo (carnais) que
ainda não podem receber alimento sólido
Ef 4.14 – meninos (crianças) são levadas por
qualquer novidade
2 Pedro 3.18/ 1 Ts 3.12 - crescei
-Nascemos e somos como crianças. Mas temos que
crescer. O que traz crescimento? Experiência. O que produz experiência? Rm 5.3-4 - tribulação (adversidade/ pressão/aflição)
Temos que ser pacientes na tribulação (Rm 12.12)
BOA CONSCIÊNCIA para preservar a fé. (amadurecimento)
(consciência
– entendimento, sentimento, conhecimento presente no meu interior que me
permite agir, ser, relacionar-me com o mundo exterior. Que revela a mim mesmo a
verdade sobre mim mesmo.)
Consciência
limpa – conservar o mistério da fé – I Tm 3.19
Orações
de Paulo por entendimento
Ef
2.16-18/3.18-19 / Fp 1.9-10/ Col 1.9
Mente
precisa ser renovada – Rm 12.2
Entendimento
obscurecidos – que leva ao pecado = Ef 4.17-24 (renovar o entendimento)
Renovação
– Col 3.1-17
BUSCAI
– PENSAI – FAZEI -
TEMOS
FALADO DE CRESCIMENTO – ISSO INDICA AMADURECIMENTO NA FORMA DE PENSAR E
AGIR (meninos – I Co 13.11 - Ef
4.14 – I Co 14.20
CONSCIÊNCIA
CAUTERIZADA – I Tm 4.2
CARTA PASTORAL “TESTEMUNHAR A GRAÇA E
FAZER DISCÍPULOS E DISCÍPULAS
A) Testemunhar a Graça. O que é
Testemunhar?
1 1- A importância do Testemunho. Nós
precisamos testemunhar sempre que tivermos oportunidade, porque há muitas
pessoas carentes de Jesus. Pessoas para quem a graça e o amor de Deus são
desconhecidos. Em função disso, nosso testemunho é vital, pois é o meio que Deus usa para
alcançar outras pessoas com o Evangelho. No testemunho, está incluído
não apenas o que podemos dizer acerca de Jesus, mas também o nosso modo de viver e agir: quem se encontra com Jesus
sente-se amado. Quem
se encontra com Jesus passa a amar seu próximo e a ele dar seu testemunho da
graça salvadora e justificadora. A partir do momento em que recebemos a
Cristo como Salvador, está sobre nós uma grande responsabilidade, que é viver em Cristo (cf. Fp
1.21). Paulo mostra que testemunhar é um modo de viver, sendo que nós passamos
a ser embaixadores de Cristo. Nossa maneira de viver deve recomendar o Evangelho, nunca
envergonhá-lo. Testemunhar é viver por modo digno do Evangelho de
Cristo, em todo tempo, apontando sempre para o amor salvador e para o senhorio
de Jesus sobre a nossa vida.
(Embaixadores de Cristo: 2 Co 5.18-21)
1 - O que é o Discipulado - Visão do
Colégio Episcopal.
Percebe-se, à primeira vista, que o
Discipulado, antes de ser um método, é um estilo de vida, uma maneira de ser,*
no expressar evangélico de nossa fé. Não visa, de início, ser um processo
didático de aprendizagem. Nem mesmo uma forma pragmática de crescimento para a
Igreja. É algo bem mais relacional,
que busca, à luz do próprio Cristo, fundamentar a comunhão, a convivência, a comunicação e a formação do
caráter das pessoas relacionadas com o Senhor e com Sua comunidade – a
Igreja, corpo vivo de Cristo. Essa foi a maneira de ser do Senhor com a
comunidade primitiva e da comunidade apostólica, bem como a convivência
inspiradora, fraternal e comunitária do povo metodista, a partir de sua grande
expressão – João Wesley.
* Modelo/exemplo – 1 Timóteo
4.12, Tito 2.7, 1 Ts 1.6 /Fp 2.15-16
● Estilo de Vida
O Discipulado é o modo de vida, o estilo que
caracteriza a vida daqueles que estão comprometidos com o Reino de Deus, que
fazem da Nova Justiça, ou seja, dos valores éticos e da justiça do Reino uma prioridade na sua vida e
que se dedicam
integralmente ao serviço cristão, ao evangelismo e ao testemunho, em cumprimento à
vontade de Deus Pai. Esse modo de vida é descrito, principalmente, no Sermão da Montanha. (cf. Mt 5, 6
e 7). Discipulado busca algo mais do que um mero processo educativo. Ele é um estilo de vida, uma
maneira de ser em que as pessoas se relacionam, entram em comunhão, acolhem
umas às outras, compartilham o que são, sentem e carecem; oram umas pelas
outras, louvam e adoram ao Senhor juntas, estudam a Palavra à luz da graça, da
experiência e da razão da comunidade da fé. Nesse sentido, vivem e cumprem o
que a Palavra nos diz:
- Levar os fardos uns dos outros –
Gálatas 6.1-2;
- Acolher-se mutuamente conforme
Cristo nos acolheu – Romanos 15.7;
- Apoiar, ser o suporte uns dos outros
– Colossenses 3.13;
- Perdoar-se mutuamente – Efésios
4.32;
- Expressar o amor mutuamente –
Efésios 5.1-2;
- O mais forte é convidado a suportar
e ser o suporte mais frágil – Romanos 15.1
ROSILÉIA DIAS ARAUJO/ JULHO/2019
ROSILÉIA DIAS ARAUJO/ JULHO/2019
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